A confissão de Lúcio
Bem... ao final de tanto tempo consegui tirar finalmente umas horitas para ler. E o que li deixou-me fascinada. "A confissão de Lúcio" de um dos mais geniais e tocantes escritores portugueses: Mário de sá Carneiro. É um discurso denso, feito de imagens surreais, muitas vezes eróticas. Uma história feita de sentimentos, de desejos de os viver na sua plenitude e da frustração de o não conseguir.
Leiam-no! Aconselho-o vivamente o todos aqueles que tenham o amor e a paciência (e já agora, o tempo) para saborear palavras lentamente...
"Não proteste... Eu não sou seu amigo. Nunca soube ter afectos, apenas ternuras. A amizade máxima, para mim, traduzir-se-ía unicamente pela maior ternura. E uma ternura traz sempre consigo um desejo caricioso: um desejo de beijar... de estreitar... Enfim: de possuir! (...) Há qualquer coisa que eu vejo e não posso abranger; qualquer coisa que apalpo e não posso sentir... sou um desgraçado... um grande desgraçado, acredite!"
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